sábado, 14 de setembro de 2013

Última parte da entrevista do Paraíba do Forró para Café com Siéllysson



Entrevista 08 - Parte III




José Antônio Bandeira, popularmente conhecido como Paraíba do Forró, passou sua vida inteira dentro dos ônibus e trens tocando forró e animando os passageiros. Nesta última parte da entrevista do “Café com Siéllysson” ele fala sobre sua parceria com o músico Francisco Diniz, suas apresentações na TV Globo e no SBT e de sua conversão religiosa.

TERCEIRA E ÚLTIMA PARTE DA ENTREVISTA - LEIAS AS PARTES ANTERIORES NESTE BLOG.

PARAÍBA DO FORRÓ - Eu fui duas vezes para competir lá (Caldeirão do Huck). Fui à primeira vez e fiquei pra ser chamado de novo, quando cheguei era a vez de ser chamado de novo. Eu disse “de avião de novo?”

SIÉLLYSSON - Dessa vez foi mais tranquilo?
PARAÍBA DO FORRÓ - Agora não tinha mais medo não, podia me amarrar na asa do “bicho” que eu ia. [...] Quando cheguei lá foi um tratamento como o de antes. Entrei e apresentou-se uns garotos na minha frente e eu fui o penúltimo. E foi o número 5 que ganhou em primeiro lugar e eu fiquei em segundo lugar.

SIÉLLYSSON - E como surgiu esse convite para o Programa do Ratinho?
PARAÍBA DO FORRÓ - Partiu de lá da Rede Globo, eles revezam. [Ele acredita que as emissoras trocavam seus entrevistados]. O Ratinho, ele próprio disse “Eu quero ver esse cara aqui” e mandou me chamar com Itamar. Já ele (Ratinho) gastou mais dinheiro comigo, porque foi cinco dias de despesas; cinco dias de hotel, tudo pago pelo SBT. só que não tive sorte porque fiquei preso no hotel, porque ele sabia que não podia me liberar por eu não conhecer São Paulo. Cheguei até a rua Rio Branco, perto de um posto de gasolina, mas já tinha dois cabras atrás de mim. [eram os seguranças]

SIÉLLYSSON - Como foi parceria com o músico Francisco Diniz?
PARAÍBA DO FORRÓ - Seu Chico, como eu chamo, ele pegou bigu* nisso tudo, ele assistiu a programação e veio aqui em casa, nessa época eu não era evangélico ainda. Ele me convidou pra tocar na banda dele, eu aceitei e pronto. Passei seis anos com ele.

SIÉLLYSSON - Vocês faziam um trabalho nas escolas com Cordel?
PARAÍBA DO FORRÓ - Foi. Eu devo essa casa, primeiramente a Jesus Cristo e segundo a ele [Francisco Diniz]. Com um projeto mandou pro Rio e que veio a verba pra construir, se não, ainda estava na casa velha. Ele me fez um monte de raiva mas eu gosto muito dele. [Nessa hora brinca com minha câmara mandando um recado para o músico Francisco] Seu Chico, tô falando mal de você não, viu Cabeludo (risos) Ele me fez muita raiva mas eu amo muito ele. E se antes eu amava muito ele, agora que amo mais porque meu dever agora é amar...

SIÉLLYSSON - Em 2003 houve uma conversão sua, uma mudança de religião. O que mudou em você a partir desse momento?
PARAÍBA DO FORRÓ - Meu filho, aí é uma caso um pouco polêmico, porque a pessoa deixa tudo pra servir a Jesus, a pessoa tem que renunciar muita coisa. De cem setenta por cento já renunciei. O mais importante no Ser Humano não é ele ganhar o mundo, mas ele ganhar a salvação eterna. [A câmara preenche a memória, ele falou muito sobre religião e sua mudança de estilo musical, onde agora acompanha um rádio, ele tocando e cantando músicas evangélicas dentro do trem e dos ônibus de João Pessoa]

SIÉLLYSSON - Qual a mensagem que você deixa para os leitores desse blog?
PARAÍBA DO FORRÓ - Que não sejam religiosos mas sejam espirituais.
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* Bigu - Termo paraibano usado para o ato de agarrar na traseira do caminhão em movimento.
Meu eterno agradecimento a todos os artistas que fizeram e fazem parte do Café com Siéllysson. Especialmente a este artista popular.

Entrevista publicada no sábado dia 14 janeiro 2012 às 23:05 (Hoje Paraíba do Forró está com a visão comprometida e quase não toca mais nos ônibus, frequenta uma igreja evangélica na rua Severo Rodrigues)
Imagem: acervo do documentário"Som da Rua" arte para este site: Siéllysson

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