terça-feira, 24 de setembro de 2013

Entrevista com o produtor cultural Adriano Araújo para Café com Siellysson



Entrevista 20


Ele é Ator, Professor, Coreógrafo, Diretor artístico e Produtor Cultural, atuou numa ONG Pro Dia Nascer Feliz e tem uma longa trajetória na Arte deste município. Adriano Araújo é mais um santarritense que faz a diferença.


SIÉLLYSSON – Quando começou sua vocação para o trabalho de produtor cultural, pois é isso que você fazia na ONG "Pro dia Nascer Feliz”, não é?
 ADRIANO - Na verdade eu venho de uma família de artistas onde minha infância foi convivendo com meus pais produzindo os shows musicais dos meus irmãos. Minha casa sempre foi um espaço de produção cultural a exemplo de blocos carnavalescos, batucadas, artes plásticas entre outras. Sou educador físico de formação, participei de curso de Iniciação e formação Teatral pela FUNESC – Fundação Espaço Cultural e estudei danças em várias escolas de João Pessoa e Santa Rita e como agente e ativista cultural, resolvi produzir minhas vontades culturais.

SIÉLLYSSON – É de longas datas o trabalho com a terceira idade que tanto você quanto sua irmã realiza, mas iniciou-se quando vocês eram funcionário da prefeitura, com a mudança de governo, não houve mais espaço ou vocês resolveram levar de maneira independente esse trabalho? E por quê?
ADRIANO - Não houve mais espaço, isso nos estimulou a buscar a independência, surgindo assim a ONG Pro Dia Nascer Feliz, que temos como espaço físico a casa de Luiza flores como sede provisória.

SIÉLLYSSON – Sua irmã é muito conhecida pelas produções artísticas e pelo lado criativo dela. A ideia de oficializar todos os anos de trabalhos voluntários ou não no mundo artístico, por meio de uma ONG veio de quem sua ou dela?
ADRIANO - Dos dois, participamos de um governo municipal e quando saímos decidimos dar continuidade as ações culturais de forma independente, então veio um convite de um grupo de amigos a exemplo de Marcos Ferraz, Marcelo Gomes, Virginio Veloso, Luíza Flores, Denise Miranda, Chiara Louise, Ricardo Nunes, Oscar Duarte, Rosa Bandeira entre outros, para criarmos uma instituição voltada para atender a população no sentido de contribuir para a inclusão social através das políticas culturais, esportivas, educacionais e ambientais.

SIÉLLYSSON – Por que a ONG tem um nome que foi retirado de uma frase da música de Cazuza? Deu algum problema com direitos autorais?
 ADRIANO - Achamos a frase muito esperançosa e forte, mandamos um email para a mãe de Cazuza e ela não autorizou alegando que toda a obra de cazuza tinha que gerar receita para a fundação Viva Cazuza. Tentamos explicar que nosso trabalho era sem fins lucrativos e que se o mesmo fosse vivo ficaria orgulhoso por esta ação. Mas não obtivemos sucesso, daí consultamos um advogado e ele sugeriu a utilização da frase sem atrelar a imagem de Cazuza. Chegamos a uma conclusão de utilização do sol em forma de um mascote representado o dia nascendo feliz.

SIÉLLYSSON – A parceria da ONG “Pro Dia Nascer Feliz” com a Empresa Alpargatas deu uma levantada nos trabalhos de vocês, principalmente na área de esportes que é sua área. Como aconteceu essa parceria?
ADRIANO - Sou educador físico de formação, participei de curso de Iniciação e formação Teatral  pela FUNESC – Fundação Espaço Cultural e estudei danças em várias escolas de Joao Pessoa e Santa Rita. A ONG surgiu em 13 de agosto 2005, foi elaborado um projeto chamado Dançando na Melhor Idade, onde o mesmo tem uma abrangência de ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa utilizando a dança, o teatro, a recreação e o lazer. No ano seguinte foi escrito o projeto chamado Ciranda Cultural e Esportiva que tem como objetivo principal reduzir a evasão escolar, melhorar o rendimento do aluno na escola e contribuir para a cultura de paz. Apresentado ao Instituto Alpargatas a ONG PDNF Foi contemplada com a parceria, onde mais de dois mil estudantes de Santa Rita já foram beneficiados. O projeto oferece oficinas sistematizadas  de teatro, danças populares, percussão, canto coral, violão, futebol de campo e futsal, além de um calendário de eventos em nossa cidade com ações abertas e gratuitas para a população , tais como: Bloco Foliões da Melhor Idade,  Arraiá Pro Dia Nascer F eliz,  Projeto É Hora de Brincar,  Mostra Cultural, Esportiva e o  Auto de Natal. A parceria com o Instituto Alpargatas rendeu bons frutos, a ONG aprovou outro projeto chamado Educando pelo Esporte através da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, contemplando cinco cidades Paraibanas, sendo elas: Alagoa Nova, Guarabira, Mogeiro, Ingá e Serra Redonda, o objetivo do projeto e implementar as aulas de educação física escolar realizar os jogos escolares, uniformizar os estudantes e professores nas aulas de educação física e capacitar os professores através de formação continuada com temas transversais além de distribuição de kits esportivos e didáticos para as 50 escolas selecionadas pelo projeto sendo 10 de cada cidade. Já foi finalizado o Educando pelo Esporte I, está em andamento o Educando Pelo Esporte II, aprovado o “Educando pelo Esporte III” para o próximo ano e o BNB Cultural para realização do Auto de Natal no corrente ano.

SIÉLLYSSON – Como você mesmo citou o trabalho da ONG tem crescido muito, tem o trabalho com a terceira idade, O Auto de Deus, trabalhos educativos e Esportivos em escola. Qual desses lhe trouxe maior realização pessoal?
ADRIANO - Quando ainda era estudante de educação física, no segundo período tive a oportunidade de conhecer um asilo chamado ASPAN – Lar Fabiano em João Pessoa, isso foi paixão a primeira vista pela pessoa idosa, então naquele momento falei pra mim mesmo “eu vou estudar o envelhecimento e levar a dança como ferramenta para a reinserção do idoso na vida social” e nunca mais parei de estudar, onde a cada dia sinto mais prazer em trabalhar com pessoas idosas. Hoje chamam o asilo de instituição de longa permanência, mas para mim continua sendo asilo. Gosto de tudo que a ONG realiza, adorei o tempo que passei na mesma. Mas a paixão pela terceira idade fala mais alto dentro de mim. "O idoso não pode ser visto como um fardo, mais sim como uma fonte de experiência". Frase da Minha orientadora Professora Doutora Rosilene Guedes Lucena.

SIÉLLYSSON – Você teve um trabalho na ONG que é santarritense, é concursado em outros municípios, mas escolheu João Pessoa para viver. Por quê?
ADRIANO - O que me fez morar um tempo em outra cidade foi à falta de espaço de trabalho e valorização profissional para com a minha pessoa.  Além da magoa que guardo dentro de mim até hoje pela destruição do teatro/oficina de artes e do Grupo de Cultura Popular Massapê onde dancei e aprendi muito sobre o folclore brasileiro. Eu costumo dizer que uma cidade sem investimentos na cultura gera um povo sem identidade. Além disso eu precisava sobreviver, então a cidade de João Pessoa e outros municípios me deram a oportunidade de continuar a exercer minha profissão. Eu costumo brincar com o amigo chamado Valdir Lima onde ele me diz que sou pé na estrada o homem das quatrocentas mil cidades. Mas a minha raiz está no antigo bairro do cercado, hoje bairro da liberdade na minha Santa Rita. Lá saí do ventre de minha mãe D. Nena. É o meu berço, onde passei minha infância, adolescência, juventude e a gora a fase adulta, ou seja, toda minha história se encontra ali.

SIÉLLYSSON – O que você gostaria de realizar como obra para poder olhar para trás e dizer; “eu deixei essa contribuição que tanto me orgulho”? Ou o que já fez já lhe realiza como Ser humano?
ADRIANO - Na verdade são várias, a primeira será ajudar a construir a tão sonhada sede da ONG Pro Dia Nascer Feliz, ou seja, um centro cultural onde os santarritenses poderão se alimentar de leitura, música, teatro, dança, cinema, culinária, exposições entre outras; continuar lutando pela criação do Conselho de Proteção ao Idoso e sua funcionalidade e  antes de partir para outra vida, estrear um espetáculo dirigido por mim no tão sonhado e esperado teatro Municipal de Santa Rita.

Entrevista lançada em 06 agosto 2012 às 00:45

0 comentários:

Postar um comentário

Pages

.

Social Icons

Featured Posts