Entrevista
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Luiz Carlos é
presidente da ONG Educar para o Trânsito, Educar para Vida, representou a
cidade em outros estados e na Suíça. Nesta entrevista ele fala sobre o trânsito
em Santa Rita, na Paraíba e no Brasil. Luiz Carlos mais um satarritense que faz
a diferença.
SIÉLLYSSON – Quando surgiu a ideia de formar uma ONG que trabalhasse
com educação para o trânsito? E por quê?
LUIZ
CARLOS - Em 2007 participei da 3º Conferência Nacional das Cidades, em
Brasília, durante os debates temáticos de tema TRÂNSITO E TRASNPORTE, nasce à
idéia de fazer algo para diminuir a violência nas estradas da Paraíba. Logo que
cheguei consegui convencer colegas de trabalho para nos unirmos nessa ação de
cidadania, surgindo assim o até então projeto voluntário EDUCAR PARA O TRÂNSITO
EDUCAR PARA VIDA, que em 10 de setembro de 2008 realizou sua primeira ação
educativa, com o desenvolvimento do projeto nas escolas, igrejas, empresas,
centros comunitários e vias públicas ganhou força e abriu caminho para a
criação e registro da ONG que recebera o mesmo nome do projeto, ou seja, ONG Educar
para o Trânsito Educar para a Vida - ETEV. Porque enquanto cidadão e por
ser mais um componente desse trânsito que mata mais de 40 mil pessoas por ano e
deixa outras 500 mil gravemente feridas, não poderia ficar alheio a esse grave
problema de saúde pública. E também pelo foto de pesquisas revelarem que mais
de 90% dos acidentes de trânsito o fator determinante é humano e as ações da
ONG ETEV têm essa finalidade de educar, sensibilizar e conscientizar crianças,
jovens e adultos para que se tenham um comportamento adequado no trânsito, e
conseqüentemente, reverter às Estatísticas da violência no trânsito.
SIÉLLYSSON – A ONG existem desde 10 de setembro de 2008, você percebeu
uma mudança no trânsito na cidade de Santa Rita desde a existência de vocês
como organização voltada pra o trânsito? Quais contribuições o trabalho de você
s trouxe para cidade?
LUIZ
CARLOS - Sim, mesmo que timidamente durante esses quatros anos de existência da
ONG ETEV já foram contempladas com nossas atividades mais de 10 mil pessoas e
esses cidadãos principalmente nossas crianças receberam dicas de boas práticas
no trânsito e crianças bem orientadas aprende e esse aprendizado é colocado em
prática no dia-a-dia na ida e vinda da escola. Com relação às contribuições
foram muitas e irei nomear algumas: 1º Mobilização da sociedade na busca de um
bem comum haja vista que hoje a ONG registra mais de 20 voluntariados que atua
nas ações de cidadania diretamente e mais de 70 indiretamente, 2º através de
nossa solicitação foi colocadas placas de sinalização na PB-OO4 no trecho vai
da Cincera a praça de Bayeux, e também algumas Faixas de pedestres em pontos da
cidade, 3º votos de aplausos da assembléia legislativa da Paraíba e medalha de
honra do trânsito paraibano pelos serviços prestado a sociedade, 4º sendo
motivo de destaque na tribuna do senado federal em virtude do exemplo de
cidadania para o País, 5º destaque nos telejornais e portais de notícia do
Estado, do Brasil e do mundo levando o nome de Santa Rita positivamente, 6º
criação do Dia do Trânsito Consciente, 7º hoje temos parceria instituições
internacional que está nos permitindo desenvolvimento do Projeto Zona Escolar
no Trânsito que irá implantar mecanismos de segurança para o trânsito em volta
da Escola Índio Piragibe, no Alto
Popular. Isso tudo nos deixam bastantes satisfeitos pelo fato de divulgar
positivamente o nome de nossa cidade.
SIÉLLYSSON – Qual a emoção de receber o prêmio VOLVO de Segurança no
Trânsito em Curitiba-PR?
LUIZ
CARLOS - Muito grande foi minha emoção e fiquei muito honrado de representar
Santa Rita e nossa Paraíba.
SIÉLLYSSON - Como parte da premiação do Prêmio VOLVO, você ganhou uma
viagem para representar a Paraíba e seu projeto na Suécia, um dos três países
mais seguro na área de trânsito do mundo, que sensação você teve ao ver um
trânsito tão organizado comparando-o com o nosso? Acredita que um dia teremos
uma organização parecida nas ruas?
LUIZ
CARLOS - Ao chegar naquele País, tive a sensação de perceber que o Brasil tem muito
que fazer para mudar a realidade do trânsito, e ao mesmo tempo tive a
confirmação que para diminuir as mortes nas estradas os governantes têm que
investirem pesadamente em Educação, infra-estrutura viária, fiscalização e
punição. Só pra vocês terem uma idéia, em 2010 no BRASIL morreram 38
mil pessoas no trânsito, enquanto que na Suécia morram
287 pessoas. Acredito que se for implantado a educação para
o trânsito de verdade nas escolas e junto a isso mais rigor no comprimento de
nossa Lei, não tem dúvida que no futuro teremos um trânsito de PAZ.
SIÉLLYSSON – De acordo com uma solicitação da ONG ETEV à Câmara
Municipal de Santa Rita que aprovou a Lei que instituiu o dia 14 e maio como o
“Dia Mundial do Trânsito Consciente”. Porém, o trânsito de Santa Rita é sem
sinalização, sem fiscalização, é caótico em grande parte da cidade? O que você
pensa sobre isso?
LUIZ
CARLOS - É verdade! Mas em toda caminha temos que dá o primeiro passo e isso
nossa entidade já o fez e iremos caminhar para mudar essa realidade do trânsito
de Santa Rita. Primeiro dando meu exemplo no trânsito em seguida cobrando dos
órgãos e dos gestores que cumpram o CÓDIGO DE TRÂNSITO e que cumpram nossa
CONSTITUIÇÃO NO SUE ART. 23 parágrafo VII.
SIÉLLYSSON - A empresa de coletivos de Santa Rita, que faz o percurso
Santa Rita- João pessoa, é alvo de críticas nas redes sociais como Facebook. Não corresponde a necessidade de uma cidade tão
grande, onde parte dela fica desprovida da via dos transportes. O que você tem
a dizer sobre isso?
LUIZ
CARLOS - Uma observação: Acho que essa pergunta não deveria ser incluída nessa
entrevista e sim em outra, cujo tema tratasse de transporte coletivo, porque
entendo que ela foge do objetivo que é falar das ações de cidadania da ONG
ETEV. Mesmo assim irei falar o que acho do transporte coletivo de Santa Rita e
irei falar primeiro na qualidade de gerente de tráfego da Rodoviária Santa
Rita; segundo na qualidade de um pesquisador na área de transporte em varias
capitais do BRASIL e por fim na qualidade de cidadão e presidente da ONG ETEV.
Reconheço que o serviço de transporte coletivo de Santa Rita tem muito que
melhorar, com relação às críticas dos usuários tem todo direito de cobrar um
melhor serviço de transporte, recentemente a BAND E TV RECORD exibiram uma
série de reportagens que mostravam o transporte público no Brasil; o que vi
naquelas reportagens e também pessoalmente em Brasília não é muito diferente da
nossa realidade e nesses locais também é alvo de crítica e revolta da
população, afinal quando somos consumidor temos de reclamar sim e o sistema de
transporte público no Brasil passa por muita dificuldade. Mas falando
especificamente da Rodoviária Santa Rita te afirmo que desde 2011 a direção da
empresa vem fazendo sua parte para melhorar sua prestação de serviço, renovando
sua frota, foram nove ônibus semi-novos entregues a população, quatro deles
adaptados para acessibilidade, implantado em toda frota circuito interno de
câmara, frota monitorada com GPS para melhor controle do comprimento dos
horários e desvio de itinerário e como não poderia de ser investido principalmente
na requalificação dos seus colaboradores. Isso tudo ainda é pouco temos que
fazer muito mais. Mas, amigo, também temos que citar alguns pontos que levaram
e ainda leva a “tanta crítica ao transporte de Santa Rita”. Todo o anel viário
onde circulam nosso transporte não oferece condições alguma para o bom serviço
de transporte e isso contribui e muito com os atrasos, com as quebras, você
conhece as paradas de ônibus de nossa cidade sabes que não existem abrigos, não
temos organização no trânsito tanto dentro de nossa cidade com na Av.
Liberdade, em Bayeux; na Liberdade diariamente os ônibus ficam preso nos
congestionamento e isso agrava os atrasos e quem estar, por exemplo, em uma
parada de ônibus esperando não quer saber que tem vários ônibus presos no
trânsito que chegar ao seu destino. Temos em João Pessoa e serviço de
transporte muito bom mesmo assim escuto reclamação de usuário no Rádio, O
sistema de transporte público de João Pessoa é um dos melhores do país, mas
vejam os motivos: onde circulam os ônibus pavimentação adequadas, abrigos para
os usuários esperarem o ônibus, fiscalização de transporte ilegal, cobra e
também dá as condições para empresas operarem.
Agora
vou te dá um exemplo que vem acontecendo em Várzea Nova todos os finais de
semana: A RUA DA MANGUEIRA onde circulam os ônibus não se encontra em condições
de trafego, se restando à opção de RUA DA ALEGRIA, só que nos finais de semana
os feirantes interdita essa rua para feira livra, obrigando os ônibus a
circular pela BR-230, Mas a população reclama da empresa e não da prefeitura.
Mas temos que superar as dificuldades e melhorar, melhorar e melhorar. E te
afirmo que estamos no caminho, primeiro renovando nossa frota e segundo
cumprindo as orientações do órgão gestor DER, que vem cobrando uma melhora a
cada dia do sistema de transporte coletivo da região metropolitana.
SIÉLLYSSON – Por que escolheu a cidade de Santa Rita para trabalhar com
uma ONG?
LUIZ
CARLOS - Pelo fato de morar, da minha família ser, por trabalhar, e dos meus
amigos serem de Santa Rita
SIÉLLYSSON – Que mensagem você deixa para os leitores deste blog?
LUIZ
CARLOS - Olá caro internauta, o Brasil ainda possui um dos trânsitos mais
violento do mundo e essa triste realidade vem se agravando a cada dia. Não
podemos esperar que só o setor público atue nessa questão. Mudar a realidade do
e no trânsito brasileiro também é um dever da cada cidadão. Afinal todos nós
fazemos parte desse trânsito. Portanto não irei pedir para você mudar o seu
comportamento no trânsito, primeiro irei mudar o meu. O trânsito só muda quando
a gente muda – PARA, MUDE E PENSE!
CONTATOS:
Luiz Carlos André : inetev@hotmail.com Twitter: @ongetev
IMAGEM: Luiz Carlos
recebendo o Prêmio VOLVO, Curitiba-PR
Entrevista publicada em 05 agosto 2012 17:27 (domingo)
1 comentários:
Esse é o responsável pelo controle de tráfego da Rod. Sta. Rita? Gosta de falar de prêmios Volvo e da ONG 'dele', mas na hora de falar em transporte coletivo, que está intimamente relacionado a trânsito, segurança e mobilidade, o sujeito faz ressalvas, reclama sobre a pergunta e contorna com desculpas para as graves falhas de competência do próprio setor. A Rod. Sta. Rita não possui duas políticas fundamentais a qualquer empresa de transporte público urbano que se preze: política de manutenção de frota rigorosa e política de ajustes de horários por faixa de demanda.
O resultado disto são não apenas atrasos, como superlotação e quebras (que causam ainda mais transtornos). Uma empresa desleixada, que vive no vermelho, mas não larga o "osso". Isto porque operar sobre estas condições é rentável para a empresa. O pior que poderia acontecer à Rod. Sta. Rita seria ela perder a concessão de serviço por conta de todo o descaso. Mas quem tem medo do DER? E do Ministério Público da Paraíba? Estes órgãos são camaradas das empresas, fingem que não veem que toda a região (não só Sta. Rita, mas todo o entorno de João Pessoa) vive um caos em relação ao transporte público coletivo, que é um serviço essencial, além de básico. Isto expõe uma realidade terrível sobre o estado, pois esta é uma área que contorna a capital e nela não há sistema público capaz de atender a população, dar suporte a investimentos e ao desenvolvimento local. Um lugar onde consideram este serviço escroto da Rod. Sta. Rita como transporte público, é uma piada.
Há décadas que é assim.
E sim, o serviço no país inteiro é um lixo, graças a máfias de empresas que dominam governos e se favorecem de licitações públicas para explorar um serviço essencial até destruir regiões como esta.
Não, João Pessoa não tem um bom sistema de transporte público coletivo. Tem um péssimo serviço, com áreas centrais inviáveis, regiões isoladas no centro da cidade. Bairros com péssimo atendimento (os mais populosos, por acaso), ônibus "baratos", desconfortáveis, poluentes, frágeis, com uma tarifa cara (na medição por Km médio percorrido, mesmo com integração).
É fácil entender por que temos o quadro atual no sistema de transporte público por aqui. São pessoas como estas, com esta visão das coisas, que cuidam do serviço...
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