domingo, 31 de março de 2013

Sobre engenhos e capelas

SOBRE ENGENHOS E CAPELAS

Livro sobre o município de Santa Rita resgata a história esquecida do patrimônio colonial

O historiador paraibano Siéllysson Francisco da Silva, especialista em História do Brasil e mestrando do Curso de Ciência das Religiões na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), lança, no próximo sábado (10), no Casarão de Azulejo, na Praça Dom Adauto, Centro, o livro "Santa Rita: a herança cristã do Real ao Cumbe". A obra (financiada pelo Fundo de Incentivo à Cultura - FIC - do Governo do Estado) será relançada, no dia 17 deste mês, no Bar Canteiro, em Santa Rita.
Siéllysson Francisco explicou que o que o levou a fazer uma revisão historiográfica sobre o segundo núcleo de povoação mais antigo da Capitania Real da Parahyba foi por ter nascido na cidade de Santa Rita, onde reside até os dias de hoje. "Quando eu era criança sempre obtive informações sobre a história da santa agostiniana, mas nunca sobre a cidade. Por viver tanto tempo num mesmo município, nasceu o desejo de desvendar a história local", acrescenta.
O autor diz, ainda, que por este motivo acabou por fazer a escolha natural e ingressou no curso de História da UFPB, em 1999. "Dediquei-me bastante ao Curso, porém, fazia-se necessário partir para as salas de aulas de onde aprendi a pesquisar a fundo a história local para corresponder às curiosidades incessantes do alunado", ressalta, destacando que, nestas pesquisas, também pôde constatar "quão lacunar é a temática história local e patrimonial desse município".
O historiador afirma que encontram-se hoje pouquíssimos trabalhos referentes ao tema e os estudos historiográficos são praticamente inexistentes. "Santa Rita: a herança cristã do Real ao Cumbe", na opinião do autor, tem como finalidade inquietar a sociedade paraibana diante do mau uso do patrimônio arquitetônico. "Enquanto outros estados aproveitam suas antigas construções para exploração turística, nós esquecemos a nossa herança colonial e condenamos ao abandono completo", comenta o autor.
"Santa Rita: a herança cristã do Real ao Cumbe", informa ainda o autor, é fruto de uma pesquisa de mais de dois anos, que abrange dos clássicos da historiografia paraibana a documentos até então não trabalhados. "É trabalho acadêmico embasado em séria pesquisa e comprometido pois, com o resgate da memória, da história e da cidadania", diz a professora Martha Falcão.
Antes de ser conhecida por Santa Rita, a freguesia teve outros nomes que foram descobertos nos documentos dos séculos XVII e XVIII revisados por Siéllysson. O primeiro nome do povoado dado pelos portugueses foi Distrito Real devido à construção do primeiro engenho da Paraíba - Engenho Real Tibiry. Durante o século XVIII o povoado foi conhecido por Cumbe, nome de origem africana. Esta revisão documental deu título ao livro de Siéllysson Francisco.
"A religião católica - prossegue o autor - foi determinante para o desenvolvimento de algumas áreas do município e surgimento de outras". O livro, porém, não detalha todas as capelas construídas no Vale do Rio Paraíba do Norte, segundo o Siéllysson Francisco, devido à escassa documentação, mas é suficiente para compreender a origem da cidade que teve um percurso histórico diferente de muitas cidades brasileiras, surgindo do meio rural para depois de muitos anos formar um centro.

SERVIÇO

TÍTULO
Santa Rita: a herança cristã do Real ao Cumbe

AUTOR
Siéllysson Francisco da Silva

EDITORA
Idéia

LANÇAMENTO
10 de novembro

LOCAL
Casarão de Azulejos
O NORTE, João Pessoa, terça-feira, 6 de novembro de 2007 – C3

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