Livro sobre o município de Santa Rita resgata a história esquecida do patrimônio colonial
O historiador paraibano Siéllysson Francisco da Silva, especialista em História do Brasil e mestrando do Curso de Ciência das Religiões na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), lança, no próximo sábado (10), no Casarão de Azulejo, na Praça Dom Adauto, Centro, o livro "Santa Rita: a herança cristã do Real ao Cumbe". A obra (financiada pelo Fundo de Incentivo à Cultura - FIC - do Governo do Estado) será relançada, no dia 17 deste mês, no Bar Canteiro, em Santa Rita.
Siéllysson Francisco explicou que o que o levou a fazer uma revisão
historiográfica sobre o segundo núcleo de povoação mais antigo da Capitania
Real da Parahyba foi por ter nascido na cidade de Santa Rita, onde reside até
os dias de hoje. "Quando eu era criança sempre obtive informações sobre a
história da santa agostiniana, mas nunca sobre a cidade. Por viver tanto tempo
num mesmo município, nasceu o desejo de desvendar a história local",
acrescenta.
O autor diz, ainda, que por este motivo acabou por fazer a escolha
natural e ingressou no curso de História da UFPB, em 1999. "Dediquei-me
bastante ao Curso, porém, fazia-se necessário partir para as salas de aulas de
onde aprendi a pesquisar a fundo a história local para corresponder às
curiosidades incessantes do alunado", ressalta, destacando que, nestas
pesquisas, também pôde constatar "quão lacunar é a temática história local
e patrimonial desse município".
O historiador afirma que encontram-se hoje pouquíssimos trabalhos
referentes ao tema e os estudos historiográficos são praticamente inexistentes.
"Santa Rita: a herança cristã do Real ao Cumbe", na opinião do autor,
tem como finalidade inquietar a sociedade paraibana diante do mau uso do
patrimônio arquitetônico. "Enquanto outros estados aproveitam suas antigas
construções para exploração turística, nós esquecemos a nossa herança colonial e
condenamos ao abandono completo", comenta o autor.
"Santa Rita: a herança cristã do Real ao Cumbe", informa
ainda o autor, é fruto de uma pesquisa de mais de dois anos, que abrange dos
clássicos da historiografia paraibana a documentos até então não trabalhados.
"É trabalho acadêmico embasado em séria pesquisa e comprometido pois, com
o resgate da memória, da história e da cidadania", diz a professora Martha
Falcão.
Antes de ser conhecida por Santa Rita, a freguesia teve outros nomes
que foram descobertos nos documentos dos séculos XVII e XVIII revisados por
Siéllysson. O primeiro nome do povoado dado pelos portugueses foi Distrito Real
devido à construção do primeiro engenho da Paraíba - Engenho Real Tibiry.
Durante o século XVIII o povoado foi conhecido por Cumbe, nome de origem
africana. Esta revisão documental deu título ao livro de Siéllysson Francisco.
"A religião católica - prossegue o autor - foi determinante para
o desenvolvimento de algumas áreas do município e surgimento de outras". O
livro, porém, não detalha todas as capelas construídas no Vale do Rio Paraíba
do Norte, segundo o Siéllysson Francisco, devido à escassa documentação, mas é
suficiente para compreender a origem da cidade que teve um percurso histórico
diferente de muitas cidades brasileiras, surgindo do meio rural para depois de
muitos anos formar um centro.
SERVIÇO
TÍTULO
Santa Rita: a herança cristã do Real ao Cumbe
AUTOR
Siéllysson Francisco da Silva
EDITORA
Idéia
LANÇAMENTO
10 de novembro
LOCAL
Casarão de Azulejos
O NORTE, João Pessoa, terça-feira, 6 de novembro de 2007 – C3
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