A colonização da cidade de Santa Rita iniciou-se em 1586 com a criação do primeiro engenho da Paraíba,
Engenho Real Tibiri,
porém foi com a Lei N°02, de fevereiro de 1839 que criaram a freguesia
de Santa Rita, na época o presidente da Província da Parahyba era
João José de Moura Magalhães. As limitações geográficas da freguesia fora alterada 10 anos depois pela Lei N° 14, de 12 de novembro de 1840.
Quando Santa Rita se tornou freguesia já contava com a feira livre criada em 1822 por solicitação de
Estevão José Carneiro da Cunha ao imperador
D. Pedro II. A feira fora construída em 1823 onde mais tarde seria o Cine Avenida e atualmente a Igreja Universal do Reino de Deus.
A
freguesia de Santa Rita durante o século XIX contava com o mais
importante engenho da Paraíba, Engenho Central São João, que moía as
canas de vários outros engenhos. Criado em 20 de agosto de 1885, com a
finalidade de melhorar o fabrico de açúcar de cana mediante o emprego de
aparelhos modernos para a época.
A condição de freguesia (1839) é superada com o decreto de
N° 10, de 09 de março de 1890, onde Santa Rita passa a ter o
status de Vila rompendo progressivamente a ideia apêndice da Capital.
Havia todo um interesse de lideranças políticas na emancipação política da freguesia de Santa Rita, lideradas pelo
Padre Manuel Gersásio Ferreira da Silva,conhecido como Pe. Ferreira, o Coronel e dono de engenho
Francisco Alves de Sousa Carvalho e o senador
Firmino Gomes da Silveira, organizaram um abaixo-assinado com mais de quinhentas assinaturas e apresentaram ao Presidente do Estado da Paraíba,
Venâncio Neiva,
com as seguintes observações: o país passava por uma mudança política
de Império para República (1889) e consequentemente a freguesia de Santa
Rita também florescera durante o século XIX tendo 25 engenhos ativados,
2 igrejas e várias capelas, 2 olarias, 1 usina e 1 cemitério,contando
também com a progressiva feira livre que atraia semanalmente gente do
interior do Estado.
Esses foram os motivos apresentados
pelas lideranças políticas locais para obterem a autonomia política da
freguesia de Santa Rita. O presidente acatou e por meio da Lei N° 10 de
09 de março de 1890, elevou Santa Rita à categoria de Vila.
Segundo
o jornal Gazeta da Paraíba constituiu-se um conselho de Intendência
presidido por Antonio Gomes Cordeiro. Porém, a nomeação de Presidente do
Conselho de Intendência do município de Santa Rita foi de
Antônio Gomes C.
De Melo,
auxiliado por Major Bento da Costa Vilar e Amaro Gomes Ferraz. No
entanto, o Sr. Antônio Gomes C. De Melo, passou apenas três meses na
presidência.
No dia da comemoração houve passeatas, foguetes e discursos do presidente Venâncio Neiva. A cerimônia fora descrita no jornal “
A Gazeta da Parahyba”,
publicada em 20 de março de 1890, p. 3 que encontra-se para pesquisa no
IHGP (Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba). Vejamos um trecho
do jornal citado pela autora Martha Falcão no livro
Nordeste, Açúcar e Poder:
“
Apesar
da chuva que durante toda a noite de sexta-feira caiu neste município e
ali na Capital, o que impediu o comparecimento de muitas pessoas teriam
vindo assistir a festa de instalação da vila e posse da intendência,
esteve aquela animada apesar de pouco concorrida. Veio o presidente da
intendência da Capital, com seu secretário, bem como a banda de música
do 27° batalhão.”
O porquê de alguns políticos
acharem que devem comemorar no dia 19 de março é porque a festa em
comemoração foi realizada no dia 19 de março de 1890, mas esquecem que a
lei de emancipação foi decretada com a data de
09 de março de 1890.
A
documentação encontra-se no jornal já citado neste artigo “A Gazeta da
Parahyba” disponibilizada nos arquivos de IHGP para qualquer pessoa que
queira pesquisar. Não é melhor pesquisar do que está comemorando com
data equivocada?
Este é mais um ano que escrevo sobre esta data de emancipação errada, espero que seja o último.
Siéllysson Francisco
Imagem da Igreja Matriz de Santa Rita em 1926: Senhor Viégas (in memoria)
Postado no Santa Rita em Foco, em março de 2015